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Evite a armadilha da falésia de vidro

  • projetoathena
  • 21 de ago. de 2015
  • 3 min de leitura

Se você é uma garota que gosta de encarar desafios e de liderar “missões impossíveis”, talvez nunca tenha se dado conta de que mulheres acabam tendo mais oportunidades que homens de experimentar tais situações. Em um primeiro momento, essa afirmação pode soar como uma vantagem para nós mulheres, entretanto é importante entender as possíveis consequências e riscos implícitos a fim de poder gerir tais oportunidades da melhor maneira possível.


Ao receber uma tarefa complexa, você provavelmente fica muito animada com a confiança que acredita estar sendo depositada em você. Em seguida, a animação inicial dá lugar ao foco total no como resolver a situação e atingir o objetivo – foco este tão grande que você acaba se esquecendo completamente de se questionar:


1) se o objetivo é atingível;

2) por que você foi a escolhida para resolver o caso.


E não pense que tais circunstâncias acontecem unicamente na vida profissional. Este fenômeno é observado em todas as faixas etárias. Iniciativas escolares, tais como peças de teatro, festivais de bandas, feiras de ciências, entre outros projetos organizados e liderados por alunos são provavelmente os primeiros momentos na vida de uma menina em que ela será indicada para conduzir situações desafiadoras. De acordo com estudos*, desde que a situação seja percebida como algo em crise, em declínio, com má repercussão ou criticado negativamente, a tendência a favorecer mulheres em vez de homens para liderá-la prevalecerá. Isto se deve ao estereótipo de que mulheres possuem melhor capacidade de se comunicar e de encorajar outros a seu redor.


Talvez neste exato momento você esteja se lembrando de situações passadas que se assemelham ao descrito acima. Não se preocupe, você não é a única. Este fenômeno é razoavelmente comum e tem até nome: falésia de vidro (em tradução livre do inglês, “glass cliff"). O nome faz alusão a outro fenômeno, este mais conhecido, que também trata de diferenças entre oportunidades a homens e mulheres, o teto de vidro (em tradução livre do inglês, “glass ceiling”). Caso seja a primeira vez em que você ouve falar de teto de vidro neste contexto (e não como uma música da Pitty!), vale mencionar que se trata de um termo usado para descrever a barreira invisível que impede mulheres (e outros grupos minoritários) de ascender a níveis superiores de organizações, independentemente de suas qualificações e experiências. Já falésia de vidro é um termo que caracteriza o fenômeno de mulheres recebendo oportunidades de liderança durante períodos de crise, quando a chance de fracasso é maior. Muitas vezes, esta expressão se refere a executivas do mundo corporativo, mas, como mencionado acima, o conceito pode ser estendido a quaisquer outras áreas.


Imagem de: http://mic.com

Foto de: http://mic.com/


Claro que o grande risco associado a estas “oportunidades imperdíveis” é justamento a sua maior probabilidade de fracasso. Um fracasso que, neste caso, deve-se muitas vezes unicamente à conjuntura dos fatos e não possui relação alguma com as habilidades de liderança da pessoa incumbida, seja ela homem ou mulher. Isto equivale a dizer que a pessoa liderando uma oportunidade dessas está praticamente fadada ao fracasso simplesmente em função de um contexto externo desfavorável, ou seja, em função de parâmetros sobre os quais ela não possui controle algum.


Para evitar a armadilha da falésia de vidro, é importante sempre ter em mente que o sucesso não depende apenas das habilidades e qualificações de uma pessoa, mas principalmente das chances que ela decide aproveitar. Assim sendo, é essencial sempre analisar as oportunidades que lhe são apresentadas sob duas lentes diferentes:

  • Viabilidade do objetivo: basicamente diz respeito a avaliar na prática se o que se pretende atingir é realizável ou não, dada a situação conjuntural e contexto geral do projeto, ou seja, verificar se trata-se de uma “missão possível”;

  • Autoanálise: se refere a compreender como os seus pontos fortes vão lhe ajudar a atingir os objetivos desejados, ou seja, é preciso compreender por que você, com suas habilidades e qualificações, é capaz de liderar com sucesso tal oportunidade.

Estas duas análises, se realizadas honestamente, são um ótimo filtro para evitar as tais falésias de vidro. Caso a sua “oportunidade desafiadora” passe no teste, este será um primeiro motivo para você considerar agarrá-la e dar o melhor de si para ser bem-sucedida – afinal de contas, maiores riscos também implicam maiores recompensas no final!




Nota: *http://psychology.exeter.ac.uk/research/glasscliff/,

https://hbr.org/2011/01/how-women-end-up-on-the-glass-cliff

 
 
 

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